Foi no comecinho do ano passado que descobri o melhor Häagen Dazs já lançado aqui no Brasil. Tudo o que eu mais amo na vida reunido no mesmo sorvete: Chocolate: check! Crocante de amêndoa: check! Caramelo: check! Abandonei o Macadâmia pelo Chocolate, Pralines & Caramel sem peso na consciência, porque tinha certeza de que viveríamos um caso de amor para a eternidade.
De uns dois meses para cá, ficou mais difícil achar meu sabor preferido nos supermercados. Bem mais difícil, diga-se de passagem. Assim, toda vez que eu encontrava um potinho dando sopa, eu comprava. Estocagem na cara larga. E toda vez eu prometia que ia escrever para a Häagen Dazs perguntando o que estava acontecendo. Foi o gerente da locadora daqui do meu bairro que interrompeu essa procrastinação toda. Eu estava remexendo na geladeira da loja quando ele se propôs a me ajudar a achar o sorvete que eu queria. Agradeci e disse que não haveria necessidade, porque não havia um potezinho sequer por lá. Ainda acrescentei "acho que você não conhecem esse sabor. Pior ainda, acho que preferem coco a chocolate" com toda a petulância que me é peculiar. Porque teve essa também. Além de eu não achar nenhum Chocolate, Pralines & Caramel, ainda tive o desprazer de encontrar cinco potes de um tal de Coconut Truffle. Coconut. Truffle. O gerente, que é muito gentil e me conhece de outros Carnavais, ignorou minha patada e perguntou qual sabor. Eu disse e ele me informou que a Häagen Dazs não mais o produziria. Tchau, tchau, petulância. Olá, ódio.
Corri para casa e na mesma hora escrevi o seguinte email para a Häagen Dazs
"Depois de muito procurar o sabor Chocolate, Pralines and Caramel e não mais encontrá-lo, fui informada de que o sabor não mais seria produzido. Não entendi o porquê: O sorvete reunia o que a marca tem de melhor. Há alguma explicação? Ou ainda, há a possibilidade de que o sabor volte?
A saber: Hoje vi um sabor Coconut-qualquer-coisa em uma geladeira. Com toda sinceridade do mundo, mas sorvete de coco, eu tomo Rochinha!"
A resposta - com comentários meus - chegou hoje cedo:
"Informamos que não temos mais nos supermercados o sorvete chocolate,praline e caramelo.
Mas você ainda encontrará este sabor nas lojas da Häagen-Dazs e inclusive pode comprar pints em nossas lojas de qualquer sabor que temos disponiveis em loja. Oh, meu Deus! Pints! Posso comprar pints! Que afortunada sou! (Gostaria de saber que discrepância é essa que faz a pessoa traduzir Caramel e escrever Pints no mesmo email)
Informamos que o sabor Coconut truffle, é a combinação do sabor de coco com pedaços de trufas de coco." E o Kent, minha querida?
Estou puta da vida. E apreensiva: será que o Macadâmia vai me aceitar de volta?
...
O rodízio japonês que frequento oferece uma taça de Häagen Dazs depois da refeição. Sabores sortidos, grande variedade: Chocolate Belga, Macadâmia, Baileys, Doce de leite... E muita gente, muuuuita gente, opta pelo sorvete de manga. Como assim, Bial?
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
Dream on
Sonhei que estava pegando o Al Pacino essa noite. O Al Pacino da época do primeiro Poderoso Chefão. E com músculos. A gente se cruzava numa locadora e pintava um clima instantâneo. E então de repente, não mais que de repente, a luz acabava e o jovem e musculoso Al Pacino me puxava para debaixo de uma mesa onde nos beijávamos loucamente.
O fato de ter sido um sonho em 3D complicou a minha vida porque agora eu preciso beijar o Al para poder viver feliz. E a distância hollywoodiana entre nós nem é o maior dos problemas. As pelancas são. Por outro lado, tomei o melhor banho dos últimos tempos, me arrumei e saí linda para trabalhar, me achando a mais tesuda do Universo.
E aí, Veja, o que é ser normal?
O fato de ter sido um sonho em 3D complicou a minha vida porque agora eu preciso beijar o Al para poder viver feliz. E a distância hollywoodiana entre nós nem é o maior dos problemas. As pelancas são. Por outro lado, tomei o melhor banho dos últimos tempos, me arrumei e saí linda para trabalhar, me achando a mais tesuda do Universo.
E aí, Veja, o que é ser normal?
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Wallow
Acabou.
Acabou e eu nem preciso perder tempo procurando uma caixa de papelão para esconder tudo o que você me deu porque, ao longo desses dois anos, seus presentes se resumem a um vestido, um perfume, o livro da Frida, os dois livros do lançamento no interior, o Snuggie, uma caixa de Sonho de Valsa em formato de coração (vazia, porque você comeu todos os bombons e pensou que eu acharia lindo você me oferecer a caixa de plástico. E eu achei.) e o panettone de grife da última sexta-feira. E ainda que eu saiba que agora não soará tão crível, porque já não estamos mais juntos, preciso dizer que no momento em que você tirou o panettone da mala, mesmo feliz pelo gesto inesperado de carinho, a primeira coisa que me veio à mente foi "eu não quero panettone, eu quero respeito". Houve também uma série recente de presentes funcionais como uma película para o celular, um carregador de celular para o carro, uma capinha para o celular. Não gostaria de parecer ingrata, mas mulheres deveriam sempre ganhar coisas de que gostam, não de que precisam.
Guardei todos os ingressos de filmes que assistimos no cinema; cansei de esconder meu romantismo. Eu sonhava em colocá-los todos num caderninho de restrospectiva com o qual eu te presentearia quando casássemos. Hoje mesmo estava passando "Bastardos Inglórios" e eu tive que mudar de canal porque imediatamente me lembrei do meu nervosismo naquela sala do Bourbon, três dias antes do nosso primeiro beijo. Você passou o filme inteiro abraçado comigo. Você ainda me abraçava.
Não tenho fotos de nós juntos. Minto. Tenho uma sim, aquela das nossas sombras lado a lado. Também não tenho cartões porque você sempre dizia que escrever qualquer coisa para mim era responsabilidade demais. E eu acreditava.
Eu acreditei.
Acabou e eu nem preciso perder tempo procurando uma caixa de papelão para esconder tudo o que você me deu porque, ao longo desses dois anos, seus presentes se resumem a um vestido, um perfume, o livro da Frida, os dois livros do lançamento no interior, o Snuggie, uma caixa de Sonho de Valsa em formato de coração (vazia, porque você comeu todos os bombons e pensou que eu acharia lindo você me oferecer a caixa de plástico. E eu achei.) e o panettone de grife da última sexta-feira. E ainda que eu saiba que agora não soará tão crível, porque já não estamos mais juntos, preciso dizer que no momento em que você tirou o panettone da mala, mesmo feliz pelo gesto inesperado de carinho, a primeira coisa que me veio à mente foi "eu não quero panettone, eu quero respeito". Houve também uma série recente de presentes funcionais como uma película para o celular, um carregador de celular para o carro, uma capinha para o celular. Não gostaria de parecer ingrata, mas mulheres deveriam sempre ganhar coisas de que gostam, não de que precisam.
Guardei todos os ingressos de filmes que assistimos no cinema; cansei de esconder meu romantismo. Eu sonhava em colocá-los todos num caderninho de restrospectiva com o qual eu te presentearia quando casássemos. Hoje mesmo estava passando "Bastardos Inglórios" e eu tive que mudar de canal porque imediatamente me lembrei do meu nervosismo naquela sala do Bourbon, três dias antes do nosso primeiro beijo. Você passou o filme inteiro abraçado comigo. Você ainda me abraçava.
Não tenho fotos de nós juntos. Minto. Tenho uma sim, aquela das nossas sombras lado a lado. Também não tenho cartões porque você sempre dizia que escrever qualquer coisa para mim era responsabilidade demais. E eu acreditava.
Eu acreditei.
Monotemática - ou - Casa comigo, Chicô!
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental.
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo.
(além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar ,
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora."
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo.
(além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar ,
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora."
sábado, 12 de novembro de 2011
Vida vivida
(do filme Fados, do Carlos Saura)
Volta atrás vida vivida
Para eu tornar a ver
Aquela vida perdida
Que nunca soube viver
Voltar de novo quem dera
A tal tempo, que saudade
Volta sempre a primavera
Só não volta a mocidade
O tempo vai-se passando
E a gente vai-se iludindo
Ora rindo ora chorando
Ora chorando ora rindo
Meu Deus, como o tempo passa
Dizemos de quando em quando
Afinal, o tempo fica
A gente é que vai passando
Das descobertas recentíssimas I
Não vou casar. Não vou casar porque nunca estive tão certa do meu amor por fados.
Vai ser impossível achar um pretendente que aceite e respeite essa paixão. Um que não ria da minha cara quando eu tentar cantar "Canção do Mar" com sotaque português e mão no coração, sentindo toda a dor que um fado decente pede. Como se isso não bastasse, estou em casa, em plena noite de sábado. E não é um sábado qualquer: trata-se de um sábado de feriado. Ou seja, além de não sair "à caça", também não fui viajar.
...
Vou ali comprar um gato e já volto.
Vai ser impossível achar um pretendente que aceite e respeite essa paixão. Um que não ria da minha cara quando eu tentar cantar "Canção do Mar" com sotaque português e mão no coração, sentindo toda a dor que um fado decente pede. Como se isso não bastasse, estou em casa, em plena noite de sábado. E não é um sábado qualquer: trata-se de um sábado de feriado. Ou seja, além de não sair "à caça", também não fui viajar.
...
Vou ali comprar um gato e já volto.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A primeira de amor
Enrolei para começar esse blog. Assim, muito. Primeiro que eu tinha medo de abandonar meu blog oficial. Gosto dele, mas não tenho liberdade para escrever sobre tudo que gostaria. O que me levou à segunda questão: eu não queria ter que usar um pseudônimo só para proteger minha privacidade afeto-sentimental. Sim, escrever sobre tudo que gostaria = escrever sobre amor. Faz quase dois anos que levanto a bandeira da honestidade total e resoluta e me esconder atrás de um nome falso não me parecia muito sincero. E então comecei a dar aulas para o Doc.
Se eu me esforçar, provavelmente me lembrarei de como chegamos no assunto bizarro que seguirá, mas não o farei porque não vem ao caso. Importante mesmo é contar que o Doc me perguntou se alguma vez na vida eu já tinha fingido ser outra pessoa. "Like how?", perguntei. "Ah, inventar uma vida nova inteirinha. Criar detalhes dessa vida irreal e contar para as pessoas. Viver a vida desse personagem que você criou por uns bons três, quatro meses". Emudeci e nem por isso ele se sentiu desestimulado; rapidamente começou a me contar que uns 12 anos atrás, ao iniciar um curso de inglês, disse, para seus companheiros de aula, ser herdeiro de uma montadora de caminhões. E piloto de aviões nas horas vagas. "Eu assumi essa personalidade de bon vivant. Eles me viam como pegador e eu agi como tal. Mudei meu tom de voz, meu penteado. Passei a frequentar outros lugares. Tudo isso para vivenciar essa experiência ao máximo. Foi ótimo. Você deveia tentar." Todo mundo deve estar pensando que Doc é louco. Eu concordo. Doc é loucão, mas é, também, neurologista. E um neurologista com uma senhora reputação. Bróder, se um especialista em cérebros me conta que já fingiu ser outra pessoa, eu mega posso assinar como "Mariposa Apaixonada de Guadalupe" e ter um blog semissecreto.
Não?
Se eu me esforçar, provavelmente me lembrarei de como chegamos no assunto bizarro que seguirá, mas não o farei porque não vem ao caso. Importante mesmo é contar que o Doc me perguntou se alguma vez na vida eu já tinha fingido ser outra pessoa. "Like how?", perguntei. "Ah, inventar uma vida nova inteirinha. Criar detalhes dessa vida irreal e contar para as pessoas. Viver a vida desse personagem que você criou por uns bons três, quatro meses". Emudeci e nem por isso ele se sentiu desestimulado; rapidamente começou a me contar que uns 12 anos atrás, ao iniciar um curso de inglês, disse, para seus companheiros de aula, ser herdeiro de uma montadora de caminhões. E piloto de aviões nas horas vagas. "Eu assumi essa personalidade de bon vivant. Eles me viam como pegador e eu agi como tal. Mudei meu tom de voz, meu penteado. Passei a frequentar outros lugares. Tudo isso para vivenciar essa experiência ao máximo. Foi ótimo. Você deveia tentar." Todo mundo deve estar pensando que Doc é louco. Eu concordo. Doc é loucão, mas é, também, neurologista. E um neurologista com uma senhora reputação. Bróder, se um especialista em cérebros me conta que já fingiu ser outra pessoa, eu mega posso assinar como "Mariposa Apaixonada de Guadalupe" e ter um blog semissecreto.
Não?
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